Tecnologia com propósito: o que o setor de saúde pode ensinar ao restante das indústrias

by | Transformação Digital

Quando a transformação digital adquire um protagonismo supremo, ela se torna uma necessidade real que reformula a estrutura corporativa. Diante desse cenário, surge uma pergunta-chave: como a tecnologia pode se tornar um verdadeiro motor de propósito dentro das organizações e gerar impacto além da rentabilidade?

O recente Encontro de CIOs organizado pela Practia, uma empresa Publicis Sapient, buscou responder a essa pergunta com vozes líderes de diferentes setores. A última sessão, dedicada à saúde, teve como protagonista Diego Branca, Diretor de Saúde Digital na Roche, farmacêutica suíça especializada em tratamentos inovadores.

Em nossa entrevista exclusiva, em um bate-papo com Miguel Bilello, Special Business Advisor na Practia, Branca compartilhou exemplos e aprendizados que transcendem sua indústria e que interpelam qualquer líder que hoje se pergunte como inovar de maneira rentável, sustentável e com impacto social real.

Diego Branca destacou: “Já não basta implementar sistemas eficientes. Temos que pensar qual é o impacto que geramos, e isso inclui impacto social.”

Suas reflexões não apenas descrevem o presente e o futuro da saúde digital, mas oferecem pistas concretas para qualquer indústria que busque se diferenciar, acelerar resultados e construir confiança junto a seus clientes.

Do dado ao impacto

No setor de saúde, a digitalização não é medida apenas pela otimização de processos, mas pela capacidade de traduzir dados em melhorias concretas para as pessoas. “Hoje medimos sucesso não apenas em receitas, mas em vidas impactadas”, afirmou o executivo.

Casos como prontuários eletrônicos interoperáveis, plataformas de telemedicina com inteligência artificial, sistemas de rastreabilidade via blockchain e modelos preditivos para antecipar demandas mostram que a tecnologia não é um fim, mas um meio para tomar decisões precisas e rápidas.

Para qualquer outro setor, isso se traduz em reduzir o “time to value” e fortalecer a confiança do cliente. Na agricultura, pode significar otimizar a irrigação com dados de satélite; em telecomunicações, antecipar picos de demanda; no varejo, garantir a rastreabilidade da cadeia de suprimentos.

“O desafio já não é apenas digitalizar, mas humanizar a transformação”, concluiu Diego.

Liderança tecnológica com propósito

Uma das mensagens mais poderosas de Branca foi sobre o papel dos líderes tecnológicos: “Temos que sair da sala de servidores e entrar na sala de reuniões. A tecnologia faz parte do negócio, não é apenas seu suporte.”

Miguel Bilello complementou destacando que essa mudança implica que o CIO deixe de ser um executor de projetos para se tornar um motor digital do negócio, que integra capacidades tecnológicas com valores, conecta áreas internas e parceiros externos sob um mesmo propósito.

Um roteiro para todos os setores

Na América Latina, a indústria farmacêutica já implementa soluções que marcam um antes e um depois na experiência do usuário.

A Roche, por exemplo, implantou plataformas de telemedicina com IA que conectam médicos especialistas a pacientes em áreas remotas, reduzindo em mais de 40% o tempo de diagnóstico.

Também incorporou sistemas de rastreabilidade baseados em blockchain para combater a falsificação de medicamentos, modelos preditivos para antecipar falta de estoque em comunidades isoladas e aplicativos móveis que monitoram a adesão ao tratamento.

Branca antecipou tecnologias emergentes que vão definir o futuro: Quantum Computing vai gerar uma disrupção na descoberta de novas moléculas. Os Digital Twins permitirão simular processos clínicos inteiros antes de aplicá-los, e a interoperabilidade precisa dar um salto qualitativo para integrar dados que hoje ainda estão dispersos.”

Para empresas de outros setores, isso significa investir não apenas em ferramentas que resolvam problemas atuais, mas em capacidades que abram oportunidades estratégicas antes da concorrência.

Um modelo a ser replicado

“O verdadeiro salto ocorre quando deixamos de pensar em projetos isolados e começamos a construir ecossistemas digitais conectados, onde cada dado, cada interação e cada decisão alimenta um ciclo de melhoria contínua”, afirmou Branca.

Na saúde, esse ecossistema inclui hospitais, laboratórios, startups, governos e universidades. Em qualquer outra indústria, esse modelo colaborativo pode acelerar a inovação, reduzir riscos e abrir novos mercados.

Programas como Transformar Saúde, co-criado com a Fundação Garrahan, encurtam drasticamente o tempo entre a ideia e a implementação, levando MVPs a instituições públicas em meses, não anos. E tudo sob um princípio fundamental: inovar dentro de um marco regulatório rigoroso para garantir a segurança e a confiança do usuário final.

Branca encerrou com uma mensagem que vai além do setor: “Não existe tecnologia que valha a pena se não for pensada para melhorar a vida das pessoas.”

O diferencial é uma estratégia clara, centrada no propósito, apoiada na colaboração transversal e no uso dos dados como ponto de partida para planejar, antecipar e agir, em vez de depender da improvisação.

Em um ambiente onde a confiança é tão valiosa quanto a fatia de mercado, alinhar a tecnologia a um propósito genuíno se torna um fator de atração e fidelização de clientes, talentos e investidores.

As empresas devem se perguntar: nossa estratégia tecnológica está alinhada com nossos valores e objetivos sociais? As organizações que alcançarem esse equilíbrio não apenas terão uma vantagem competitiva, mas também uma razão mais profunda para inovar.

Se deseja baixar o Estudo Anual: Prioridades, Desafios e Tendências de TI, elaborado pela Practia, uma empresa Publicis Sapient, clique aqui.

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Sobre Practia

Somos ideias em ação. Trabalhando junto a cada cliente, combinamos experiência, novas práticas e tecnologias digitais para criar soluções inovadoras que permitem otimizar suas operações, crescer no mercado e impulsionar novos modelos de negócios.

Nascemos há mais de 25 anos na Argentina como uma ponte entre a tecnologia e os negócios. Hoje em dia, somos mais de 1.200 profissionais na América Latina e na Espanha que colocam nosso conhecimento e experiência à disposição das empresas em áreas que abrangem desde a definição de estratégias de transformação até a implementação e operação de práticas e tecnologias.

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