Guide to Next 2026: A luta estratégica pela distinção na era do Agentic AI
Todos os anos, o Guide to Next da Publicis Sapient se apresenta como uma análise lúcida dos movimentos que redefinirão as organizações.
Sua edição 2026 expõe fortemente a lacuna entre a confiança declarada dos líderes e a capacidade real de seus sistemas, marcando o início de uma etapa em que as decisões serão mais binárias do que nunca.
O relatório sustenta que o principal desafio da década já não é a transformação digital, mas a transformação da inteligência organizacional.
O verdadeiro diferencial competitivo não virá de automatizar tarefas, mas de gerir autonomia, decisões e dados para que os sistemas funcionem a favor do negócio e não o prejudiquem.
2026: O ponto de inflexão entre a ambição e a evidência
Os líderes entrevistados no estudo mostram um alto otimismo sobre sua maturidade em IA, um padrão que Gartner e McKinsey também reconhecem como típico das primeiras ondas de adoção. No entanto, o informe revela que a maioria das organizações continua em modo piloto, presa em um ciclo de testes sem escalonamento real.
Esse descompasso entre o que se acredita e o que se pode fazer é a nova linha de falha da IA empresarial, o que a Publicis Sapient chama de decision debt: quando as organizações tomam decisões mais rápido do que seus sistemas podem sustentar.
Essa tensão se reflete em quatro dilemas estratégicos que definirão 2026:
-
Originalidade vs. Uniformidade: Automatizar sem identidade faz com que todas as empresas se pareçam. A IA otimiza, mas não diferencia. O risco é uma corrida “para o fundo”, competindo apenas por preço.
-
Decisões vs. Adiamentos: A IA não encobre problemas estruturais — ela amplia a dívida tecnológica, expondo inconsistências, erros e falta de dados governados.
-
Breakthrough vs. Bottleneck: Empresas que adotam IA sem orquestração enfrentarão silos acelerados em velocidade de máquina.
-
Rotina vs. Reinvenção: A autonomia obriga a redesenhar papéis, processos e estruturas. Humanos fornecerão julgamento, ética e contexto.
O informe também aprofunda duas dimensões centrais para entender o novo ciclo tecnológico:
1. Macro-Tendências 2026
Ao ingressar no mundo de agentes autônomos, a dívida é medida em decisões impossíveis de rastrear, modelos sem governança, dados inconsistentes e agentes desconectados. As tendências emergentes incluem:
-
Agentic AI: Agentes que tomam decisões em tempo real, exigindo orquestração, rastreabilidade e métricas de impacto.
-
Governança de Dados como diferencial: O desafio não é construir modelos, mas ter dados limpos, acessíveis e com significado compartilhado.
-
IA devorando tarefas iniciais: O desaparecimento do “nível júnior” coloca em risco a formação do talento que governará esses sistemas no futuro.
-
Hiperpersonalização e metabolismo de dados: A expectativa do cliente acelera; a organização deve processar, decidir e agir quase simultaneamente.
A vantagem competitiva já não está no acesso à tecnologia, mas na capacidade de absorvê-la cultural e estruturalmente.
2. Provocações por indústria
O relatório traz uma visão crítica e acionável sobre o futuro imediato dos setores chave:
-
Serviços financeiros: A lacuna entre experiência e expectativa ameaça uma transferência geracional de US$ 124 trilhões.
-
Varejo: IAs que apenas reduzem custos geram marcas indistinguíveis; a chave será codificar a identidade nos sistemas.
-
Consumer Products: Quando os bots comprarem, vencerá quem tiver dados mais claros e legíveis para as máquinas.
-
Mobilidade, Saúde, Energia, Telecom e Viagens: Todos enfrentam uma reconfiguração operacional onde autonomia e orquestração serão inevitáveis.
A Publicis Sapient identifica ainda narrativas estratégicas que dominarão 2026:
-
Nervosismo e Dúvida: O medo de investir mal ou tarde demais.
-
Fragmentação: Públicos, canais e dados dispersos.
-
Governança: A necessidade urgente de regras claras para sistemas autônomos.
-
Metabolismo: Velocidade na absorção de informações e na tomada de decisões.
-
Algoritmic Alchemy: O valor emerge da combinação inteligente de dados e modelos.
-
Partnerships: Colaboração ampliada entre empresas para construir ecossistemas e compartilhar dados.
O papel da IA já mudou
A IA já está tomando decisões em nome das organizações, com ou sem governança. A pergunta central é como as empresas vão orquestrar a mudança antes que a autonomia exponha falhas estruturais.
Para 2026, o verdadeiro indicador de liderança será a capacidade de:
-
Controlar o cliente (entender, antecipar, personalizar)
-
Controlar a decisão (rastreabilidade, qualidade, alinhamento com a marca)
-
Controlar a identidade (o que a IA reflete da organização)
Fechar a lacuna entre ambição e execução será o marcador de maturidade.
No futuro próximo, liderarão aquelas que conseguirem demonstrar que o otimismo estava, de fato, justificado.
Baixe o Guide to Next, clicando aqui. Saiba mais sobre nós nas nossas redes: LinkedIn e Instagram.
