Governança ética da inteligência artificial

by | Ciência de dados e IA

A batalha pela liderança responsável: quem é o dono dos dados?

Na América Latina, a adoção da inteligência artificial avança a passos firmes. Além disso, vemos bancos implementando modelos de scoring de crédito, varejistas que personalizam experiências em tempo real, até governos que digitalizam serviços.

Porém, por trás do palco, surge uma pergunta crítica: quem governa a inteligência artificial? A resposta não é trivial. Hoje, os algoritmos têm um impacto social profundo.

Enquanto a tecnologia se expande aceleradamente, os marcos de governança ainda estão em construção. Nesse sentido, Diego Branca, Diretor de Saúde Digital na Roche, afirma:

“Já não basta implementar sistemas eficientes. Precisamos pensar qual é o impacto que geramos, e isso inclui impacto social.”

O debate sobre governança da IA já ressoa no plano internacional. Em fevereiro de 2025, a Cúpula de Ação sobre Inteligência Artificial, em Paris, reuniu mais de 1.000 atores-chave do mundo todo para construir um marco comum de responsabilidade e ética. Paralelamente, a associação IASEAI organizou uma conferência com referências como Geoffrey Hinton, Stuart Russell e Yoshua Bengio, debatendo os desafios técnicos e sociais para uma IA confiável. Mais adiante, em julho, a Declaração do Rio dos países BRICS instou as Nações Unidas a liderarem um processo regulatório global inclusivo.

Do ponto de vista estratégico, Daniel Yankelevich, Chief Scientist da Practia, empresa do grupo Publicis Sapient, alerta:

“Hoje as organizações tentam encontrar o equilíbrio entre inovação acelerada e a necessidade de controles mais rigorosos sobre o uso de dados e da IA. Esse equilíbrio definirá quem conquista confiança e quem ficará para trás.”

Na América Latina, o tema também começa a ganhar espaço na agenda institucional: em maio deste ano, o Sistema Econômico Latino-Americano e do Caribe (SELA) lançou um programa de formação em governança ética da IA, em parceria com organismos europeus, colocando em primeiro plano a necessidade de marcos regulatórios adaptados à realidade regional.

A isso se soma um dado contundente: segundo o relatório DemocracIA, da Luminate/Ipsos, 55% da população latino-americana é favorável à regulação da IA, e esse apoio cresce para 65% entre quem tem maior conhecimento do tema. No entanto, apenas 28% acreditam que seus países estão preparados para enfrentar esse desafio.

Por isso, essa lacuna reflete uma realidade urgente: a confiança na IA não se constrói apenas com inovação, mas com governança. A verdadeira relevância do tema, do ponto de vista corporativo, reside não apenas nos riscos tecnológicos e legais, mas também na legitimidade social e na competitividade global.

Juan Echagüe, doutor em informática e diretor regional de I&D na Practia, empresa do grupo Publicis Sapient, destacou:

“A chave para o futuro será aceitar a mudança, e para as organizações, o desafio será criar ambientes onde as pessoas se sintam acompanhadas nesse processo, mantendo a confiança e o propósito.”

O verdadeiro liderança hoje exige mais do que adotar IA: implica controle, visão e responsabilidade. Governar a inteligência artificial é garantir que a inovação esteja alinhada aos objetivos do negócio, às expectativas da sociedade e ao futuro que queremos construir.

Na Practia, acreditamos que a pergunta não é se devemos usar IA, mas como governá-la com confiança. Se quiser saber mais sobre governança de dados, inscreva-se em nossos Ciclos de Data clicando AQUI.

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Sarah Otassu

Sarah Otassu

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